Olá, meninas!
Obrigada por todos os comentários, conselhos, preocupações e orações!
Só de sentir que vocês se preocupam comigo, me fez melhorar e ter novo ânimo pra dar solução pras coisas.
Hoje, em especial, gostaria de agradecer à
Rajah por tudo o que ela é, pelo exemplo de vida que deixa pra nós. A cada pedacinho da sua história que eu conheço, te admiro ainda mais. Você é uma guerreira e me faz sentir que posso vencer qualquer coisa!
Ontem eu pensei muito em tudo que estava acontecendo. Rezei muito e pedi sabedoria, paciência e equilíbrio pra dar solução pra tudo.
Escrevi o que estava sentindo em um e-mail pro Julio, escrevo muito melhor do que eu falo, desabafei e o nó na garganta se desfez, assim consegui avaliar melhor a situação e decidir alguns rumos.
À noite, tivemos uma conversa longa e dolorida, mas que era completamente necessária pra que a gente se acertasse.
Eu estava me sentindo mal, sozinha, me desgastando por uma comemoração que deveria ser a celebração do nosso amor, mas que havia se tornado o nosso maior motivo de afastamento.
Estava dando tudo de mim e pensando em cada detalhe com muito carinho, mas eu só recebia críticas e acusações de volta. Aquilo vinha me machucando há tempos, mas eu sempre engolia tudo e evitava discutir porque eu penso que de jeito nenhum o casamento pode ser nosso motivo de discórdia, eu acreditava que aquilo ia passar logo, que ele ia perceber a injustiça que estava fazendo comigo e mudaria de comportamento, e ia curtir tudo isso comigo. Mas as mágoas foram se acumulando, me sentia cada vez pior, tinha cada vez mais dúvidas se estava valendo a pena, não tinha o apoio que precisava, e o que era pra ser a preparação do dia perfeito e mais feliz das nossas vidas, virou o caminho inverso. Coisas que nunca foram motivo de discórdia pra gente antes, passaram a ser. E como eu tenho fama de mulher-maravilha, todo mundo acha que eu não preciso de ajuda de ninguém. Vivem me oferencendo: se precisar de alguma coisa, me fala. Mas efetivamente, quase não se faz nada. Fico só e sem o apoio de quem deveria ser o maior interessado.
Me senti um lixo. Sempre tive a intenção que nossa cerimônia e recepção fossem as mais lindas possíveis, que o cenário fosse coisa de sonho e desse pro evento todo valor que ele merece. Que representasse à altura a conquista que é pra nós chegarmos neste dia, depois de tanto obstáculos que passamos, que representasse toda beleza e grandiosidade do nosso amor. E quando falo de valor, não estou falando de dinheiro, de jeito nenhum. Estou falando de sentimento, de emoção e de um ambiente propício emoldurar o que tem de essencial nisso tudo: nossa união. Mas de uma forma muito mesquinha, o dinheiro passou a ser o centro de tudo, e eu fui acusada de ser uma patricinha, fútil, de nunca estar satisfeita com o que tenho e sempre querer mais.
Isso é uma grande mentira! Eu não sou assim!
Raramente falo em dinheiro, não reclamo do que ganho, não reclamo do que pago, não vivo gastando o que não tenho, nem esbanjando nada pra ninguém.
Hoje eu tenho um salário legal, apesar de não gostar do que eu faço. Consegui fazer uma faculdade e uma pós, com minhas próprias pernas. Ralei muito, e sozinha. Nunca corri atrás do meu sonho sem pensar nos outros.
Sempre quis ser veterinária e estudar na Rural. Mas escolhi fazer um curso técnico porque eu tinha que trabalhar logo e ganhar dinheiro pra ajudar minha família, porque meu pai estava desempregado há quase 10 anos. Preferi abrir mão do meu sonho, para que meu irmão mais velho pudesse seguir o sonho dele e fosse estudar Medicina.
E foi o que fiz, com 17 anos, terminei o curso e aceitei um estágio que ninguém mais queria, só porque eu não me sentia no direito de escolher o que era melhor pra mim, só sabia que minha família precisava de qualquer dinheiro que eu pudesse ganhar. E com 17 anos, era eu quem sustentava uma casa, pagava contas, fazia compras e ainda tentava pagar as mensalidades de 3 faculdades: a minha, da minha irmã mais nova e do meu irmão mais velho. Em momento nenhum, eu exitei em fazer o que precisava, em detrimento de não realizar meu sonho. E fiz sem olhar pra trás e sem reclamar. Gostei do que aprendi, gostei de trabalhar e vi muitas oportunidades de crescimento naquela empresa, fui efetivada, mas eu ganhava pouco. Quando veio a proposta de trabalho na Siderúrgica que trabalho até hoje, eu nem pensei em mim, no crescimento pessoal e profissional que eu poderia ter ali, nas viagens pro exterior, na bolsa de estudos que a empresa anterior ia pagar pra mim... só pensei que era um salário quase 3 vezes maior, e que eu podia ajudar muito mais, que eu podia ajudar meus irmãos que queriam fazer faculdade também.
Optei por uma faculdade que nunca tinha pensado em fazer antes, só pra me qualificar no que eu já estava fazendo. E eu fiz isso por muitos anos, até que finalmente, graças a Deus, meu pai conseguiu um emprego e voltou a ser o homem da casa.
Tudo voltou a ter ser curso normal, mas eu estava aqui, fazendo algo que eu nunca sonhei, e eu nem sabia mais o que eu queria, já nem sabia mais o que era pensar em mim, sem nunca ter feito nada pra mim, eu não me conhecia mais. Quando me dei conta, achei que já era tarde demais pra correr atrás do meu sonho, e nem tinha mais certeza se o sonho era o mesmo. Só uma coisa nisso tudo não mudou, em todo momento, eu tinha certeza que teria uma família. Nunca pensei em detalhes grandiosos, em casas e carros luxuosos... eu só queria um casamento lindo, um dia perfeito que marcaria de forma única o início da minha nova vida, agora sim, MINHA vida, não a vida dos outros, mas algo efetivamente meu e pra mim.
Qualquer ser humano gosta do que é bonito, e o que eu enxergo é isso. Coisas bonitas me fazem feliz e eu quero tê-las. Primeiro eu sinto, depois, bem depois, eu penso se eu tenho dinheiro pra pagar e não o contrário. E eu queria tudo de lindo pro nosso dia. E estou sim tentando adaptar sempre o mais lindo possível ao dinheiro que tenho pra pagar. Não assumi, não bati o pé por nada que não pudesse pagar. Quanto tempo eu "perco" com planilhas, planejamentos e etc?
Eu demorei muito pra aprender a pensar em mim, a me perguntar o que eu queria, o que eu precisava. Talvez eu tenha passado da conta e me tornado egoísta, ou talvez eu NÃO ache mesmo que dinheiro é mais importante do que sentimento. Alguém pode interpretar como futilidade... mas não é isso.
Eu sonhei com um dia lindo pra nós, por muito tempo, praticamente desde o dia que o conheci.
Toda minha insistência em fazer essa festa foi simplesmente pra consolidar tudo o que a gente já passou pra chegar nesse dia, que não foi pouco, muito menos pequeno, foi grandioso e cheio de obstáculos e eu achei que merecia ser comemorado à altura. Ficou muito difícil pra mim fazer algo que está ao alcance das minhas mãos, que seja bonito e cheio de amor, enquanto eu só recebo críticas, acusações e grosserias. É como dar um presente pra alguém e a pessoa rasgar aquele embrulho lindo que você teve tanto trabalho de fazer, olhar com cara de desdém aquilo que você escolheu pra ela com tanto carinho, e depois quebrar na sua frente e ainda reclamar que a culpa é sua porque não era aquilo que ela queria e você não soube dar.
Eu esperei muito tempo que o Julio amadurecesse a idéia de casar e ter filhos, ele é quase 4 anos mais novo que eu. Cheguei a ouvir que ele não tinha nascido pra isso e fui proibida de planejar qualquer coisa em relação a isso.
Quando ele começou a falar sério sobre casamento, eu não acreditei... eu sonhei muito com isso e quando chegou, eu não acreditei que era pra mim. Quando a ficha caiu, quis que o Grande Dia fosse realmente um grande dia... o mais lindo da minha vida, e sonhei com um cenário de conto de fadas, com o brilho nos olhos e o aperto no coração dos filmes babões... besteira? futilidade?... pode ser, mas eu chamo de ingenuidade, de romantismo... foi só isso que eu desejei.
E lá no início ele concordou. Fechamos contratos e eu acreditei que ele queria viver esse sonho comigo. De repente, ele se tornou duro, autoritário e passou a me tratar de qualquer jeito, e a cada vez que falávamos de algum assunto relacionado a este dia, eu ouvia algo que novamente fazia doer meu coração. Me vi entre a cruz e a espada, entre continuar e realizar um sonho acreditando que seu comportamento era passageiro e que ia mudar de idéia e curtir isso tudo comigo, ou desisitir de realizar opra depois você mudar de idéia e passar o resto da vida lamentando pelo deixamos de fazer. Como acreditei mesmo que mudaria de comportamento mais cedo ou mais tarde, optei por seguir em frente e tentar fazer tudo o mais lindo possível.
Mas tive que engolir muitos sapos, que ouvir muita coisa que me machucava cada vez mais... e até ontem, há 2 meses do esperado dia, nada havia mudado... eu continuava caminhando sozinha pra realizar uma festa linda pra nós, no fundo, tinha esperança que no dia, depois que ele visse tudo, percebesse que pensei em cada detalhe pra que fosse um dia perfeito pra nós. Mas eu já não estava aguentando a pressão e o Julio ainda não tinha entendindo o quanto estava me fazendo mal e o quanto estava sendo injusto.
Depois do e-mail e da conversa de ontem, acredito que voltamos a andar na mesma direção. Ele conseguiu entender que minha motivação em festejar, não era por vaidade, nem futilidade, que eu queria fazer algo bonito pra nós e prometeu olhar tudo com novos olhos, quer conhecer tudo o que eu já escolhi em detalhes, quer saber da minha planilha de gastos e decidir juntos se podemos completar mais alguma coisa ou não. Ainda não tinha parado pra pensar na forma que estava agindo, no que estava me falando, totalmente incoerente com o que ele é, com o que pensa e o que conhece de mim. Depois de ouvir tudo o que eu disse, nem ele mesmo conseguiu entender porque agiu de forma tão estranha. Minha única explicação: Deus ama casamentos! Em contrapartida, o Coisa Ruim odeia e faz tudo pra estragar!
Mas... se Deus é por nós, quem será contra nós?
Não tenho ilusões de que tudo será perfeito daqui por diante, mas tenho absoluta certeza de com Deus, o Amor sempre vence!
* meu check-list tá crescendo! Vocês vêem!??